domingo, 25 de setembro de 2011

De olhos fechados elas caem.


Se você pudesse me ver nesses últimos meses, veria claramente que existe algum problema. É difícil assumir, mas agora é tarde, fugiu de mim. O problema é a semelhança que eu não encontro em mais ninguém. Não vejo seus olhos em outros rostos, seu sorriso em outros dentes, nem sua voz em outros sons. Meu problema é buscar suas características em todos os homens que levo pra cama, pro berço que é meu coração de mãe viúva. Nossa gestação longa deixou sobrar muito amor triste que carrego sozinha. Seu fantasma branco não permite que ninguém seja como você e signifique tanto para mim. E rouba desde meus primeiros passos de manhã até meu corpo entregue aos lençóis amassados no fim da noite, entre gemidos frios. Mas se me vens em sonhos lindos, na realidade não existe mais: metamorfoseou. E cada vez que surges, eu fecho os olhos, de medo. Mas é só fechar os olhos pra eu chorar. Meu estado ainda é grave: preciso de distração permanente para não viver em função das lembranças... Justo eu que odeio viver de passado, que quero viver cada dia como se fosse o último, que quero ser livre e feliz. Justo eu que não quero depender de ninguém, fui abençoada sem querer. É muita pretensão querer saber se haverá um fim, mas pra quem já agüentou até aqui... um mês a mais há de vir!

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