Eu nunca prestei atenção nele, mas fui para cumprimentá-lo com um beijo no rosto, como minha nada-nobre educação recomendava.
Ele me surpreendeu com rápida rejeição sorridente [me lembrou o momento final da Odisséia do Amor Platônico, só que no lugar do sorriso eram lágrimas]. Disse que não podia me beijar porque nossa amizade não era sincera. Eu, de idiota, insisti na merda do respeito.
"Mas eu nunca compartilhei contigo meus problemas!". "E nem eu quero saber deles!" - respondi de imediato, agora sorrindo o sorriso sincero de quem finalmente diz o que quer.
Então quer dizer que agora existem regras para o (con)tato? "Conte-me um segredo e terás passagem livre até meu rosto." Pro inferno com tudo isso!
A verdade é que eu nunca me senti tão bem na quase-companhia de um estranho complicado. Fomos inevitavelmente sinceros um com o outro.
Não guardo rancor, guardo lições.