quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"Testando o gravador pra ver se ele grava a dor"


Sangrava e os beiços precisavam de saliva. Qual é a do ser que não percebe seus instintos? Morre bonito. O tiro vai ao alvo.
Depois da morte há vida. As patas tornam-se pés, numa metamorfose humana meio morta. Não fez diferença, pois o amor era o mesmo. Cachorro, mula, homem... não era o corpo que “me” atraía, era ele mesmo, dentro do próprio ser invisível. Qualquer forma que tivesse, ainda assim faria parte de mim. Meu cachorro, minha mula, meu preá que não me quer mais. Ainda bem que não depende dele. É por mim que ele vive, sem querer... Não posso salvá-lo, sou só eu que estou aqui, pois acabo de enfiar a faca nas costas dela. O sangue não presta nem pra doação. Não salva vidas nem tem gosto pros vampiros. Pobre morta incolor... Como a água passa, lava e vira lágrima, pronta pra virar porra. Dentro de mim é claro!
Não viaja... a porra está por todo lado. Na boca daquela, nas pernas da santa. Pura mentira. Sabe? Daquelas transas com gosto de vingança, com o pensamento em outra que pensa estar morta... que queria estar morta e deitada no seu peito, talvez no seu pênis, sem sacanagem.
Não dá mais pra aprender com você, pois pediu pra morrer nos meus braços – ou nos meus peitos – numa nuvem de incêndio do meu coração. Grande bosta, eu deixei que fizesse parte da minha morte e, sem interesse, não recebi nada em troca. Não recebi nada em troca.


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ADVERTÊNCIA:


Escrito dia 09/10/09, durante uma aula qualquer de Literatura, sob o efeito de algumas garrafas de cerveja e amor malrresolvido. Se não encontrar sentido nas palavras, considere-me exemplo e não escreva bêbado(a).

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Créditos finais: imagem e título encontrados por Carl, Dead Carl, que jaz no meu coração.